Quando a mensagem é pervertida,
porém, pode resultar em fanatismo, enfermidade, ou morte. O Movimento da
Reforma tem enfatizado a mensagem da saúde, mas frequentemente sem a devida orientação
ou verdadeira compreensão. Essencialmente, toda a mensagem da saúde se
centraliza na dieta. Muito pouco é mencionado a respeito do exercício e da
necessidade de repouso suficiente.
O povo que vive naquelas regiões
do mundo onde se tomam as posições mais extremistas sobre dieta, pouco ou nada
sabe acerca de simples saneamento. Por exemplo, lembro-me de uma experiência por
que passei enquanto visitava um dos países da America Central. A Missão operava
uma padaria em seu terreno. Os obreiros, supostamente, preparavam pão bom e saudável.
Para minha surpresa e horror, os Paes em crescimento eram cobertos de moscas.
Um gato corria livremente pela panificadora, e um papagaio pousava em uma janela
aberta que havia por perto. O diretor não via nenhum problema nessas condições,
embora fosse demasiadamente estrito em outras áreas do viver saudável.
A verdadeira reforma da saúde
lida com todas as áreas da vida, não apenas uma. Onde estão os programas
dirigidos pelo Movimento da Reforma para ajudar o povo a alcançar a vitória
sobre o hábito do fumo, por exemplo, ou programas para ajudar o povo a começar
um novo e mais saudável estilo de vida? A Reforma (SMI) tem apenas uma instituição
na Alemanha e poucas salas de tratamento em alguns países que tentem empreender
tal obra.
O Espírito de Profecia apela ao
povo para viver à altura da luz que o Senhor tem dado em relação ao viver saudável.
Se negligenciarem ou desconsiderarem a mensagem, sofrerão os resultados, não
apenas física mas também espiritualmente. Contudo, a igreja não foi autorizada
a forçar seus membros em submissão aos seus ideais dietéticos. Citarei apenas
uma das muitas declarações sobre este assunto, especialmente aplicada ao
assunto dos alimentos cárneos.
“Não demarcamos qualquer linha divisória
a ser seguida na dieta; mas dizemos que em países onde haja frutas, cereais e
nozes em abundância, o alimento cárneo não é o alimento adequado para o povo de
Deus. Fui instruída de que o alimento cárneo tem a tendência de animalizar a
natureza, de roubar os homens e mulheres do amor e simpatia que devem sentir
por todos e de conferir as paixões mais baixas o domínio sobre as faculdades mais
elevadas do ser. Se comer carne já foi saudável, não é seguro agora. Cânceres,
tumores e doenças pulmonares são largamente causados pelo alimento cárneo.” (
Testimonies for the Church, vol. 9, pág. 159.)
Baseado nesta e noutras declarações
semelhantes, o Movimento de Reforma fez disto um teste mundial de comunhão,
determinando que nenhuma carne deve ser comida por seus membros. Esta posição,
embora bem-intencionada, bloqueia a proclamação da última mensagem em países
onde outros alimentos além da carne não estão prontamente
disponíveis. Como seria possível
os reformistas levarem a mensagem para os esquimós, por exemplo? Apesar do fato
de que eu sou vegetariano confirmado, vejo que esta posição rígida limita o avanço
do evangelho. Além disso, coloca os ensinos da igreja acima dos ensinos da Bíblia
e do Espírito de Profecia.
Em um seminário no qual ensinei
na America Central, alguns dos estudantes me pediram que confirmasse sua convicção
de que Cristo, enquanto esteve na Terra, não comeu carne. Em vez de responder a
esta pergunta com um Sim ou Não, sugeri que recorrêssemos as Escrituras. A Bíblia
afirma claramente que Cristo comeu peixe juntamente com os discípulos. Mesmo após
a Sua ressurreição
Ele comeu peixe. “Então Lhe
apresentaram um pedaço de peixe assado [e um favo de
mel], E Ele comeu na presença
deles” (Lucas 24:42 e 43). Isto chocou de tal modo os estudantes que eu temi
que eles perdessem a fé em Cristo. A reforma da saúde tornou-se tão distorcida
em sua mente que assumiu a precedência sobre o exemplo de Jesus.
Nem a Bíblia nem o Espírito de
Profecia promove tais distorções da verdadeira mensagem para estes últimos
dias. Seguindo imediatamente a declaração já citada, encontramos o seguinte:
“Não devemos fazer o uso do alimento carne um
teste de comunhão, mas
deveríamos considerar a influencia que crentes professos que usam tais alimentos tem sobre os
outros. Como mensageiros de Deus, não deveríamos dizer ao povo: 'Portanto,
quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus’?
I Corintios 10:31. Não daremos um testemunho decidido contra a condescendência
com o apetite
pervertido? Será que aqueles que são ministros do evangelho, que
proclamam a mais solene
verdade que já foi dada aos mortais, darão um exemplo voltando às panelas de
carne do Egito?” (Idem,
págs. 159 e 160 (ênfase suprida).
Há uma grande diferença entre dar
um testemunho decidido e impor uma prova de comunhão. Existe uma grande diferença
entre controlar o povo no caminho que deve seguir, e o que é designado na comissão
evangélica. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias ate à consumação
do século” (Mat. 28:19 e 20). Não há nenhuma comissão para forçar os conversos
a seguirem os ditames da igreja.
Este assunto foi discutido em uma
comissão do Movimento da Reforma (SMI). Foi declarado que embora o Espírito de
Profecia proibisse fazer uso do alimento cárneo uma prova de comunhão, a Associação
Geral tinha autoridade para fazer do seu uso uma prova. Tal posição é um
insulto ao princípio de que todas as doutrinas devem ser baseadas em um claro “Assim
diz o Senhor”.
Fazendo do assunto do consumo de
carne um teste de comunhão, os reformistas estão em violação direta dos
escritos da serva do Senhor. Sua atitude virtualmente veda a entrada no reino
daqueles que talvez não sejam capazes, por causa das circunstancias, de viver
plenamente esta parte da mensagem. Deste modo, a mensagem do viver saudável se
tornou em uma maldição ao invés de em uma benção.
Em muitas regiões do mundo, os
reformistas perverteram a mensagem da saúde, dando-lhe precedência sobre as três
mensagens angélicas e mesmo sobre os Dez Mandamentos. Naquelas regiões, a
mensagem da saúde deixou de ser o braço direito
para ser o corpo todo. Nunca foi
esta a intenção do Senhor.
Exorto cada um a estudar a luz
dada e a por a vida em conformidade com essa luz. Não olhe para os outros. Você
não terá de responder por eles. Teremos de responder por nos mesmos diante do Senhor
pelo uso que fazemos da luz dada. Que venhamos a perceber nossa
responsabilidade pessoal.
Fonte: Capítulo 6,
páginas 127 a 132 do livro “Os Adventistas da Reforma” de Helmut H. Kramer
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