Um Movimento de Reforma Dentro da Igreja

 No Capítulo 1 do livro "Preparação para a Crise Final" de Fernado Chaij
 temos um belo estudo sobre o verdadeiro movimento de reforma profetizado por Ellen White e que desmascara o falso e pretensioso movimento reformista que não se cansa de atacar a igreja adventista com suas críticas.


Quando o inspirado profeta Joel, há mais de 27 séculos, com base na visão divina, referiu-se ao dia de Deus, escreveu: ―"Tocai a buzina em Sião, e clamai em alta voz no monte da Minha santidade. Perturbem-se todos os moradores da Terra, porque o dia do Senhor vem, ele está perto; dia de
trevas e de tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas, como a alva espalhada sobre os montes." Joel 2:1 e 2.

Se bem tenham estas palavras uma aplicação histórica imediata aos tempos do Velho Testamento, quando Israel seria invadido por um povo inimigo, a razão pela qual foram preservadas é que se referem particularmente ao tempo do fim, ao ― "dia do Senhor", vésperas do regresso de Cristo à Terra. A mensagem convida a que se toque a buzina em Sião, ou seja, na igreja; a dar alarma no monte santo de Deus ou seja, o Seu povo; porque ocorreriam aconteci-mentos de tal magnitude que fariam tremer a todos os moradores do mundo.

"Ainda assim", prossegue o profeta, ―agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em beneficência, e Se arrepende do mal … Tocai a buzina em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição; congregai o povo, santificai a congregação. … Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a Teu povo, ó Senhor." Versos 12-17.

Em vista dos tremendos acontecimentos que estariam para ocorrer no ― "dia do Senhor", a igreja devia ser despertada por uma voz de alarma, e o povo devia ser chamado a uma conversão autêntica, profunda, e de todo o coração. Em outras palavras, devia efetuar-se uma reforma espiritual no seio da igreja, em preparação para os grandiosos acontecimentos do fim.

Não há dúvida de que temos chegado à própria véspera da hora suprema, e de que este chamado para uma conversão genuína e uma reforma cabal na vida de cada um, deve ressoar por todos os recantos de Sião.

É isto o que a serva do Senhor, por autoridade divina, estabeleceu faz anos, nos seguintes parágrafos inspirados:

Necessidade de Uma Reforma

"Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira ocupação. (SC 53). Importa haver diligente esforço para obter a bênção do Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para recebê-la. Nosso Pai celeste está mais disposto a dar Seu Espírito Santo àqueles que Lho peçam, do que pais terrenos o estão a dar boas dádivas a seus filhos. Cumpre-nos, porém, mediante confissão, humilhação, arrependimento e fervorosa oração, cumprir as condições estipuladas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bênção." — 1ME 121.

"O povo de Deus não suportará a prova a menos que haja um reavivamento e uma reforma entre o povo de Deus, mas esta deve começar sua obra purificadora entre os pastores." — 1T 469.

"Haja uma reforma entre o povo de Deus." — MJ 317.

"Tem que ter lugar um reavivamento e reforma, sob o ministério do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diferentes. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, uma vivificação das faculdades do espírito e do coração, um ressurgimento da morte espiritual. Reforma significa reorganização, mudança de idéias e teorias, hábitos e práticas. A reforma não produzirá os bons frutos da justiça a menos que esteja ligada a um reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem fazer a obra que lhes é designada, e para fazerem essa obra têm de se unir." — Review and Herald, 25 de fevereiro de 1902, republicado em se 42.

"Fiquei profundamente impressionada por cenas que me foram recentemente apresentadas à noite. Parecia haver um grande movimento — uma obra de reavivamento — ocorrendo em muitos lugares. Atendendo ao chamado de Deus, nosso povo se estava arregimentando. Irmãos, o Senhor nos está falando. Escutar-Lhe-emos nós a voz? Não espevitaremos nossas lâmpadas, e não agiremos como homens que esperam a vinda de seu Senhor? Este tempo exige portadores de luz, requer ação." — 3TS 441.

"Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito Santo e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos." — GC 464.

Características da Reforma

Satanás, porém, tem estado a trabalhar– assiduamente para desviar a autêntica reforma espiritual que o Senhor quer operar no seio da igreja. Este tem sido o método do grande inimigo desde os dias antigos: adulterar o verdadeiro e oferecer uma falsificação, para promover a desordem, o caos e a perdição, em lugar da verdadeira conversão e a vida eterna.

Falsificação satânica da reforma

Declara a pena inspirada:

"Em todo avivamento está ele (Satanás) pronto para introduzir os de coração não santificado e desequilibrados de espírito.,. Nenhuma reforma, em toda a história da igreja, foi levada avante sem encontrar sérios obstáculos. Assim foi no tempo de S. Paulo. Onde quer que o apóstolo fundasse uma igreja, alguns havia que profes-savam receber a fé, mas introduziam heresias que, uma vez aceitas, excluiriam finalmente o amor da verdade." — GC 396.

"Germinara por toda parte a semente que Lutero lançara … Passou (Satanás) a tentar o que havia experimentado em todos os outros movimentos de reforma — enganar e destruir o povo apresentando-lhe uma contrafação em lugar da verdadeira obra. Assim como houve falsos cristos no primeiro século da igreja cristã, surgiram também falsos profetas no século dezesseis." — GC 186.

O mesmo que fez em épocas passadas tem o pai da mentira estado a fazer em nosso tempo. Procura hoje desorganizar o movimento adventista e confundir os filhos de Deus.

É assim que, tanto em nossa história como movimento, como particularmente nestes últimos anos, têm surgido inúmeros grupos dissolventes que a si mesmos se denominam ― "reformistas", quando na realidade só fazem destruir. Sua obra não resistiu à prova bíblica:  "Por seus frutos os conhecereis." S. Mat. 7:16.

Espírito de discórdia e revolução

Um traço muito comum nos falsos movimentos de reforma é o espírito de discórdia, revolução e crítica destrutiva, particularmente em relação aos dirigentes da igreja. Adverte o Espírito de Profecia:

"É chegado o tempo para se realizar uma reforma completa. Quando esta reforma começar, o espírito de oração atuará em cada crente e banirá da igreja o espírito de discórdia e luta." — 3TS 254. (SC 53).

Em outras palavras, o primeiro fruto de uma reforma é a eliminação da discórdia, da crítica e do espírito de revolução dentre os que são por ela afetados.

Ao descrever vários dos falsos movimentos de reforma, a mensageira do Senhor diz o seguinte a respeito do promotor de um deles:

"Ele pensava que Deus havia passado por alto todos os obrei-ros dirigentes e havia dado a ele a mensagem." Então diz ela que procurou "mostrar-lhe que estava errado". — 2ME 64.

A respeito de outro ela escreveu:

"Disse ele que todos os dirigentes da igreja cairiam devido à exaltação própria, é outra classe de homens humildes apareceria em cena, que fariam coisas maravilhosas. … Este homem pretendia crer nos testemunhos. Pretendia que eram a verdade, e os usava … para dar força e aparência de verdade a suas pretensões." — 2ME 64 e 65.

Sobre este homem e sua mensagem, declarou ela:

"Recebi esta palavra do Senhor: Não lhe deis crédito, porque Eu não o enviei." Disse-lhe ela que "sua mensagem não era de Deus; que ele estava enganando os incautos." — 2ME 65.

Ainda a respeito de outro, que pretendia ter uma mensagem especial para a igreja, escreveu ela:

"O mesmo espírito acusador estava nele, isto que (segundo ele) a igreja estava completamente errada e Deus estava chamando um povo que operaria milagres." — 2ME 66.

Sempre que um desses assim chamados movimentos de reforma suscite um espírito de crítica destrutiva contra os dirigentes da obra e contra a organização da igreja, fazendo eclodir o "espírito de discórdia e de revolução", saibamos desde logo, sem qualquer outra análise, que é Satanás que o encabeça, e que se trata de uma falsificação da verdadeira reforma.

Ainda que tais movimentos, para angariar adeptos, pretendam no início pertencer ao povo adventista e simulem manifestar zelo pela obra de Deus, terminam sempre na formação de setores separatistas. Não suportam a prova do tempo, embora às vezes causem grande mal temporariamente, desencaminhando pessoas sinceras mas não de todo firmadas na verdade.

Satanás age com energia e engano

"Em todo avivamento da obra de Deus o príncipe do mal está desperto para atividade mais intensa; aplica atualmente todos os seus esforços em preparar-se para a luta final contra Cristo e Seus seguidores." — GC 593.

"Desperte do sono o povo de Deus, e inicie com fervor a obra de arrependimento e reforma; investigue as Escrituras para aprender a verdade como é em Jesus; faça uma consagração completa a Deus, e não faltarão evidências de que Satanás ainda se acha em atividade e vigilância. Com todo o engano possível manifestará ele seu poder, chamando em seu auxílio os anjos caídos de seu reino." — GC 398.

Fanatismo

Entre as armas que o diabo usará para desmontar o plano de Deus de proclamar e promover uma reforma entre o Seu povo, figura o fanatismo. Ele o fez nos dias dos apóstolos, na época da reforma protestante, e praticamente tendo como motivo todos os despertamentos religiosos.

"O fanatismo aparecerá em nosso próprio meio. Virão enganos, e de tal natureza que, se fora possível, desviariam até os escolhidos." — 2ME 16.

"Lutero também sofreu grande perplexidade e angústia pelo procedimento de pessoas fanáticas … E os Wesley, e outros que abençoaram o mundo pela sua influência e fé, encontraram a cada passo os ardis de Satanás, que consistiam em arrastar pessoas de zelo exagerado, desequilibradas e profanas, a excessos de fanatismo de toda sorte. Guilherme Miller não alimentava simpatias para com as influências que conduziam ao fanatismo. Declarou, como o fez Lutero, que todo o espírito deveria ser provado pela Palavra de Deus … Nos dias da Reforma, os inimigos desta assacavam todos os males do fanatismo aos mesmos que estavam a trabalhar com todo o afã para combatê-lo. Idêntico proceder adotaram os oponentes do movimento adventista." — GC 396 e 397.

Todavia isto não há de ser motivo para resistir ao verdadeiro reavivamento a autêntica reforma que responde às características que irão sendo descritas adiante.

"Quando o Senhor opera mediante instrumentos humanos, quando os homens são movidos com poder do alto, Satanás leva seus agentes a exclamar: 'Fanatismo!' e a advertir o povo a não ir a extremos. Cuidem todos quanto a soltar esse brado; pois, conquanto haja moedas falsas, isso não diminui o valor da que é genuína. Porque há reavivamentos e conversões espúrios, não se segue daí que todos os reavivamentos devam ser tidos em suspeita. Não mostremos o desprezo que os fariseus manifestavam quando disseram: 'Este homem recebe pecadores.' S. Luc. 15:2" — OE 170.

“Nova luz”

Outro dos métodos que o arquienganador utiliza para ludibriar as almas incautas é a proclamação de alguma 'nova luz'. E certo que o povo de Deus poderá ir vendo ampliações das verdades fundamentais já solidamente estabelecidas. Dessa luz provirá a compreensão de profecias que se estão cumprindo. Porém devemos ter em conta a seguinte instrução:

"Quando o poder de Deus testifica daquilo que é a verdade, essa verdade deve permanecer para sempre como a verdade. Não devem ser agasalhadas nenhumas suposições posteriores contrárias ao esclarecimento que Deus proporcionou." — 1ME 161.

A autêntica nova luz deve ter os seguintes elementos identificadores:

1) Estará cem por cento em harmonia com a Palavra de Deus, e não corresponderá a alguma interpretação caprichosa ou carente de fundamento bíblico.

"Surgirão homens e mulheres proclamando possuir alguma nova luz ou alguma nova revelação, e cuja tendência é abalar a fé nos marcos antigos. Suas doutrinas não resistem à prova da Palavra de Deus. Mesmo assim, almas serão enganadas." — 2TS 107.

2) Não contraditará nenhuma das verdades básicas já solidamente estabelecidas como pilares inamovíveis na organização do povo de Deus.

"Deus não dá a um homem luz contrária à estabelecida fé do corpo de crentes. Em toda reforma, surgiram homens pretendendo isso." — 2TS 103.

3) Os que proclamam a nova luz não estarão enfatuados com a idéia de que são superiores a seus irmãos, e de que Deus os escolheu passando por alto o Seu povo. Esta é, de maneira geral, a posição dos assim chamados "movimentos de reforma".

"Deus não esqueceu o Seu povo, escolhendo um homem isolado aqui e outro ali, como os únicos dignos de que lhes confie a verdade." — 2TS 103.

"Ninguém confie em si mesmo, como se Deus lhe houvesse conferido luz especial acima de seus irmãos. Cristo é representado como habitando em Seu povo." — 2TS 103.

Características adicionais da verdadeira reforma:

1) Espírito de oração.

2) Espírito de sincera conversão.

3) Espírito abnegado e generalizado de trabalho missionário.

4) Espírito de louvor e ação de graças.

São esses os pensamentos que sugerem os seguintes parágrafos inspirados:

"Em visões da noite passaram perante mim representações de um grande movimento reformatório entre o povo de Deus. Muitos estavam louvando a Deus. Os enfermos eram curados, e outros milagres eram operados. Viu-se um espírito de intercessão tal como se manifestou antes do grande dia de pentecoste. Viam-se centenas e milhares visitando famílias e abrindo perante elas a Palavra de Deus. Os corações eram convencidos pelo poder do Espírito Santo, e manifestava-se um espírito de genuína conversão. Portas se abriam por toda parte para a proclamação da verdade. O mundo parecia iluminado pela influência celestial. Grandes bênçãos eram recebidas pelo fiel e humilde povo de Deus. Ouvi vozes de ações de graças e louvor, e parecia haver uma reforma como a que testemunhamos em 1844." — 3TS 345.


Fonte: Capítulo 1 do livro "Preparação para a Crise Final" de Fernado Chaij. Páginas 33-42.

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