Testemunho pessoal do pastor Vilmur C. Medeiros (ex-reformista)


Baixe de graça a apostila do pastor Vilmur no link: 

Não tendo tido o magno privilégio de conhecer diretamente a Igreja Adventista; em 1964 uni-me ao chamado "Movimento de Reforma" de 1914 (SMI-ASDMR).

Pensando ser esse grupo a verdadeira igreja, comecei a empregar meus humildes talentos em levar a mensagem aos que não a conheciam. Nasceu-me o desejo de ser colportor, abandonei os estudos, e dediquei-me ao trabalho diligentemente. Mais tarde fui incluído entre os obreiros bíblicos e posteriormente ocupava-me com a liderança do departamento de colportagem da "União Brasileira" do movimento em questão. Esta União compreende todo o território nacional.

Considerando que a especialidade dos obreiras reformistas é combater a Igreja Adventista – aprendi também, muito cedo, a fazer o mesmo, pensando, como Saulo de Tarso, estar realizando um serviço para Deus. Procurando alcançar mais conhecimento e também mais eficiência a fim de poder convencer aos próprios obreiros adventistas, que julgava estarem errados, dediquei-me ao estudo cuidadoso dos Testemunhos do Espírito de Profecia. Assim, involuntariamente, encontrei passagens que pareciam não se harmonizar com os ensinamentos do "MOVIMENTO DE REFORMA". Outros textos pareciam conduzir-me à compreensão de que não se justificava a existência de outro (s) movimento (s) além daquele surgido, como cumprimento de profecia em 1844. Procurava, e em constantes trocas de idéias com colegas obreiros, justificação para a existência do "Movimento de Reforma" a despeito dessas impressionantes passagens e o resultado era este: Aparente ou temporariamente parecia estarem os reformistas com a razão. Mas a intranqüilidade motivada por pequenas dúvidas continuavam na mente ao reconsiderar, muitas vezes, na calada da noite, aqueles textos.

Investido de diversas responsabilidades, passei a participar das reuniões de comissão, de conferências organizadoras da "Associação Paraná, Santa Catarina", bem como da "União Brasileira". Entristecia-me ao observar que o "organograma" (aliás inexistente) não passava de uma máquina emperrada, porquanto a realidade, entre os reformistas, é que existe grande desorganização administrativa, ausência de atividade missionária e falta de progresso em todos os setores.

Ao contemplar esse quadro tão desolador, pensava comigo mesmo: "Se a igreja de Deus em todos os tempos prosperou de maneira maravilhosa, apesar de apresentar ao mundo um caminho estreito, por que a igreja a que pertenço não prospera? Preocupado com a questão, vinham-me à mente pensamentos como os que se seguem:

1 – A Igreja Adventista é acusada de ser "Babilônia", "prostituta", "gaiola" (de toda ave imunda e aborrecível), etc. Por que a "Reforma", com todas essas acusações não consegue se ombrear com a acusada que e tão organizada e progressista em todos os seus departamentos? Em Testemunhos para Ministros lemos: "Método e ordem manifestam-se em todas as obras de Deus, em todo o Universo. A ordem é a lei do Céu, e deveria ser a lei do povo de Deus sobre a Terra." (TM, p. 26). Como harmonizar a desorganização da "Reforma" com essa Passagem?

2 – Ao mesmo tempo em que os Testemunhos insistem enfaticamente sobre a grande necessidade de ampliação dos conhecimentos em geral para que o Evangelho avance dignamente em nossos dias, por que razão a liderança do "Movimento de Reforma" é constituída essencialmente de elementos carentes de cultura? Por que razão esses líderes se incompatibilizam com os membros que procuram melhorar seu padrão cultural através de cursos universitários?

3 – Nas páginas 19 e 20 do livro Evangelismo lemos a respeito da sempre crescente influência do evangelismo, obra de extensão mundial, executada pela Igreja Remanescente já antes da chuva serôdia. Por que o Movimento de Reforma é constituído de um número estacionário de membros em alguns países apenas? Não seria isso resultado dos constantes litígios e conseqüentes separações que, por sua vez, têm lugar pelo fato de não ser esse movimento guiado por Deus?

4 – Por que leio tanto nos Testemunhos (Evangelismo, p. 413, etc.) sobre a necessidade de hospitais e escolas em todas as partes do mundo quando essa condição nunca se cumpre na igreja da "Reforma"? Não é essa igreja proprietária de apenas uma mal montada, mal administrada clínica que não passa de uma precária casa de banhos?

A única escola de nível fundamental existente funcionou durante um lustro, no máximo, nos anos 60 e foi fechada por determinação da direção. Isto me levava à dolorosa dúvida: Estaria Deus dirigindo esse movimento?

5 - Por que o programa "A Voz da Profecia" iniciou suas atividades modestamente e hoje se utiliza de milhares de emissoras na transmissão de mensagens para milhões, conseguindo batizar multidões, quando o programa "A Verdade Presente" só faz algumas tentativas sem sentido e sem êxito?

6 – Em Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 140 leio uma importante mensagem encabeçada pelo título "Nossas Casas Publicadoras". Como isso se pode cumprir a não ser na Igreja Adventista do Sétimo Dia?

A editora da reforma localiza-se no Brasil. Publica apenas poucas compilações que são monopólio de um único autor. Ademais a quase totalidade desses livros não contém mensagem evangelizadora.

Logo que me foi confiada a direção do Departamento de Colportagem da União Brasileira. Conscientizando-me das minhas sérias responsabilidades tornei a ler o pequeno grande livro O Colpotor Evangelista. No capítulo "Os Grandes Livros de Nossa Mensagem" (Pág. 123) saltou-me claramente aos olhos que os livros O Desejado de Todas as Nações, Patriarcas e Profetas, e especialmenteO Grande Conflito deveriam ser espalhados como folhas de outono por serem portadores da mensagem de que o povo necessita. Quem preenche esta condição? Não é porventura a Igreja Adventista do Sétimo Dia?

7 – A que conclusão chego ao cotejar o livro História de Nossa Igreja, publicado pela Casa Publicadora Brasileira, com o livro que conta a história da "Reforma", escrito por um de seus eminentes líderes (Livro do Pecado)? A que conclusão chego ao comparar as palavras finais desse livro com o recibo de venda, assinado pelo pastor que hoje é secretário da Conferência Geral com sede em Nova Jersey? São as seguintes as palavras do epílogo desta obra: "Esses materiais são para nossos obreiros... Não é certo deixá-los nas mãos daqueles que estão fora da igreja..."

Somando-se esses fatos às dissenções, brigas, separações, etc. contidas nesse livro a que conclusão chego ao contemplar a mensagem contida em Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 254? Aí encontramos o seguinte: "É chegado o tempo para realizar uma reforma completa. Quando esta reforma começar, o espírito de oração atuará em cada crente e banirá da igreja o espírito de discórdia e luta... Não haverá confusão, pois todos estarão em harmonia com o Espírito."

8 – Por que a irmã White deu mensagens de estímulo e confiança à Igreja Adventista e a seus líderes até 1915 quando morreu fiel nessa igreja? Por que não fez ela nem sequer referência ao movimento de 1914?

9 – Estou pertencendo à igreja verdadeira ou a um ramo transviado sem razão de existência dentro da profecia? Porventura não estou trabalhando contra Deus como Saulo na estrada de Damasco?

Estes pensamentos ocorriam especialmente após tanta discussão contra obreiros adventistas. A leitura constante de toda a série de folhetos publicados contra a igreja adventista era incapaz de solver as dúvidas nascentes.

Diante destas e de tantas outras incoerências resolvi fazer uma investigação minuciosa dos Testemunhos mediante oração para que eu pudesse compreender a verdade. Certa tarde, em princípios de junho de 1973 chegando a casa lancei mão de alguns livros e, tremulamente ajoelhei-me suplicando a Deus que me abençoasse com Sua iluminação para aquele momento decisivo para minha vida espiritual. Roguei ao Senhor que se o "Movimento de Reforma" fosse a verdade , que Ele banisse as minhas dúvidas. Se por outro lado a Igreja Adventista do Sétimo Dia, contra a qual sempre havia trabalhado, fosse Sua Igreja, que Ele me desse uma compreensão clara a respeito, e uma certeza absoluta.

O Senhor foi muito bondoso para comigo respondendo-me à medida que perscrutava as páginas inspiradas. Abriram-se-me os olhos e, em traços claros e inequívocos, pude compreender que a Igreja Adventista do Sétimo Dia, apesar de defeituosa e fraca é ainda a Sua Igreja e o será até o fim. Compreendi que ela não fora rejeitada em 1914. O resultado foi que meus terrores foram substituídos por uma paz profunda. Uma alegria incontida e perfeita certeza que inundaram meu coração. Pedi a Deus perdão de tudo o que eu vinha fazendo contra a Sua Igreja e agradeci a Ele por ter recebido tão clara e inconfundível resposta.

Quanto a mim não havia mais problema. Meu caso estava solucionado, felizmente. Porém, desejei que meus familiares, a começar por minha esposa viessem a ter a felicidade que eu sentia, compreendendo que não estávamos trilhando o carrinho certo. Comecei a orar a Deus a fim de iniciar um trabalho cauteloso com os membros de minha família. Alguns dias após minha decisão apresentei à minha esposa o que Deus me havia revelado.

Para minha alegre surpresa, o Espírito de Deus trabalhou maravilhosamente e ela não teve nenhuma dificuldade em entender, tomando posição ao lado da igreja do Senhor. Isto não apenas influenciada por mim mas por suas próprias ilações e convicção. Juntos agradecemos a Deus pela grande bênção recebida e imploramos a Ele que nos conduzisse no trabalho que cumpria iniciar com os demais familiares ... Oramos, jejuamos, e em seguida viajamos para Cambará (Norte do Paraná) onde reside quase toda nossa parentela.

Ao chegarmos lá ficamos maravilhados ao percebermos que Deus estava guiando os acontecimentos. No momento oportuno anunciamos aos nossos queridos a finalidade de nossa visita extemporânea e em seguida lhes apresentamos a mensagem da verdade. A princípio houve alguma oposição (o contrário não era de se esperar) pelo fato de já pertencerem ao "Movimento de Reforma" havia 15 anos. Mas o Espírito Santo operou de tal maneira que compreenderam que estiveram enganados por longo tempo. Houve um misto de alegria e tristeza, mas apesar dos prantos que se seguiram, a alegria de terem encontrado a verdade logo substituiu o sobressalto. Então todos exclamamos: "Isto é um milagre de Deus".

Depois de tudo isso, fomos ter com o diretor do trabalho missionário da Igreja Adventista de Cambará a fim de relatar-lhe o ocorrido. Quando lhe dissemos: "Irmão José, nós agora somos adventistas", ele demorou a crer, mas ao ver que realmente era verdade o que estávamos dizendo, não se conteve. Chorou de emoção e nos abraçou. A grande barreira de separação foi desfeita, uma alegria imensa vibrou em nosso coração, pois agora éramos irmãos.

Como eu antes de viajar a Cambará estivera na sede da Associação Paulista da IASD comunicando a minha decisão, e, como em Cambará houve necessidade de mais ajuda, solicitamos a presença de alguém de S. Paulo. Assim foi enviado o irmão Giácomo Molina acompanhado de um pastor adventista, e a atuação foi oportuna.

No dia 16 de junho a igreja adventista em Cambará estava em festa: aproximadamente 40 novas pessoas estavam presentes para assistirem a reunião da Escola Sabatina. Houve abraços afetuosos, encontros deveras agradáveis e palavras de gratidão a Deus pelo que Ele havia feito. Dali para cá o templo da "Reforma" ficou ainda de portas abertas, mas de bancos praticamente vazios.

A presença do pastor distrital, irmão Harald Link, também se fez sentir em nosso meio; e no dia 26 de agosto de 1973 tivemos a alegria de, num total de 20 (vinte) almas, passarmos pelas águas batismais na Igreja de Deus. Posteriormente outros reformistas foram batizados em Cambará, Ponta Grossa, Umuarama, etc., além de muitos irmãos que em S. Paulo tomaram decisão idêntica.

As bênçãos que recebemos do Senhor são de valor inestimável. Por isso nossa gratidão a Ele jamais terá fim. Hoje, depois de cursar Teologia no IAE, trabalho como pastor distrital na Associação Paulista Leste. Sim, ao relembrar como Deus nos guiou exclamo com meus colegas e irmãos egressos do mesmo "Movimento": '"Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres." Salmos 126:3, "Foi o Senhor que fez isto, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos." Salmos 118:23.


Fonte: Apostila "O Movimento de Reforma de 1914 e o Espírito de Profecia"

2 comentários:

  1. Pelo que entendi, o individuo ai nunca foi reformista ou pertencente ao Movimento de Reforma, pertenceu sim a uma facção dissidente. Ora como alguém que nunca foi reformista está credenciado a falar sobre Reforma? aff. É coisa do Abreu mesmo, se você nunca ouviu falar, muito menos eu.

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  2. Brasilino só porque o pastor Vilmur não foi da dissidência liderada por D. Nicolici, mas da dissidência liderada por K. Kozel que se separam em plena reunião de Conferência Geral e brigaram ao ponto de praticarem agressões físicas e entrarem na justiça do mundo para ver quem ficava com os membros e os bens da igreja, não o faz um alienado quanto as doutrinas do movimento de reforma. Mesmo que você bem sabe que as duas facções já tentaram a unificação duas vezes, uma em 1967 e outra em 1992 das quais declararam não terem desacordos doutrinários. Então não importa de qual grupo a pessoa foi, ela é suficiente capaz de falar do movimento de reforma como um todo, pois as duas creem nas mesma coisas e praticam as mesmas coisas e partilham dos mesmos erros e fanatismo.

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