BOLETIM N° 1 DA CONFERÊNCIA GERAL



Zeist, Holanda, em 23 de maio de 1951 


Queridos irmãos e irmãs em todo mundo: 
Saudamos-vos com Isaías 54:16-17.

Estamos convictos que todos estais ansiosos de receber alguma notícia da Conferência Geral, que durou 8 dias em Zeist, Holanda.
A Conferência começou em 06 de maio de 1951, e tinha que durar até finais de maio. 

A Conferência Holandesa tinha que ser celebrada à finais de maio em Amsterdam. As experiências dos últimos quinze dias não foram satisfatórias. As notícias desta Conferência, no momento, por desgraça demoraram. Não podemos ainda vos dizer, quem são os encarregados da Conferência Geral, que nós representamos, porém esperamos torná-lo conhecido, com um relatório amplo de tudo o que tem sucedido aqui.

A posição que foi tomada nos últimos anos por alguns irmãos dirigentes, não foi o verdadeiro caminho para ser verdadeiramente abençoados e ativar o progresso da obra. É uma grande verdade que tudo o que o Senhor faz, fica e prospera; porém o que o homem toma sob suas próprias forças perecerá.

Nunca foi intento do Senhor que Sua obra dependesse de alguns poucos homens, e ainda Se preocupa para que em Sua obra e em Sua igreja sejam escolhidos homens de consciência. O Senhor mostra a relação da igreja com Cristo, como a cabeça do corpo de Sua igreja. Este Movimento de Reforma foi chamado por Deus à vida e conservado até agora, para cumprir um determinado dever.

Devemos nós permitir que este maravilhoso nome seja um nome morto ou vazio, e coberto de vergonha e opróbrio? No livro "O Grande Conflito", pág.201, vemos o perigo que nos ameaça continuamente. Lutero teve que desfazer muitas dificuldades com o Papa e o Imperador, porém estes não foram de um poder tão destruidor como aqueles com os conversos cristãos e amigos da Reforma que realmente se tinham tornado seus maiores inimigos.

Durante os 15 dias da Conferência, foi estorvado continuamente o trabalho por certas irregularidades no transcurso da Conf. Geral; especialmente foi o caso dos altos encarregados, que foram trazidos à Conf. Geral, porém sem as exigências legais. Estamos seguros que nossos irmãos estejam de acordo e tomarão uma boa posição perante pessoas cujo chamado é um problema, e que não podem ter um alto cargo na Conf. Geral. Se nós permitirmos isto, então, nossa congregação se afastará da alta posição moral que ela deve manter, e da simplicidade da fé.

Os até agora encarregados da Conf. Geral, irmãos. Kozel e Müller não foram capazes de resolver os problemas durante o tempo de encarregados no trabalho da Conf. Geral. Não foi nunca tão retardado como nestes 15 dias. Foi tocado um princípio e reinou parcialidade que nós temos considerado como pecado. Isto e outras irregularidades na administração nos obrigam a tomar uma posição decidida e chegar ao fundamento de todas as dificuldades. Originou-se uma grande contrariedade a esta atitude, que já faz muitos anos foi necessária, porém agora veio o tempo que se apresentou sem poder impidi-la.

Os irmãos apresentados em problema, não tinham vontade de reconhecer estas realidades e fazer uma completa mudança e tampouco apresentaram uma desculpa ou preocupação pelo prejuízo originado em todas partes. Isto levou a uma crise, porém ao mesmo tempo também a uma esperança de depertamento e nova vida no Movimento de Reforma.

Nossos irmãos não devem ser por isso de nenhuma maneira movidos numa intranqüilidade, senão que tomarão uma boa posição pela alta moral com aqueles que defendem a pureza do Movimento. Os delegados foram divididos porque alguns deles foram especialmente eleitos para fazer cair a seus amigos, sem olhar aos princípios e normas da organização. O Senhor obrou para nosso bem, e no tempo da crise revelou o caráter. Aqueles que tinham pouco conhecimento na administração foram enganados com palavras estranhas que impressionaram seus sentimentos, quando ao mesmo tempo foram apresentadas queixas contra aqueles que estavam à favor do reto, para prejudicar sua influência.

A unanimidade do Espírito e dos propósitos nos deram mais força na determinação de salvar ao Movimento de Reforma, daqueles que querem sacrificar os princípios que nós amamos. Os fiéis deveriam defender os princípios ainda que ficaram sós.

"O próprio Jesus não comprou nunca a paz mediante transigências. O coração transbordava-Lhe de amor por toda a raça humana, mas nunca era condescendente para com seus pecados. Era muito amigo deles para permanecer em silêncio, enquanto prosseguiam numa direção que seria a ruína de sua alma - a alma que Ele comprara com Seu próprio sangue. Trabalhava para que o homem fosse leal para consigo mesmo, leal para com seus mais altos e eternos interesses. Os servos de Cristo são chamados a realizar a mesma obra, e devem estar apercebidos para que, buscando evitar desarmonia, não transijam contra a verdade. Devem seguir 'as coisas que servem para a paz', mas a verdadeira paz jamais será obtida com transigência de princípios. E ninguém pode ser fiel aos princípios sem excitar oposição. Um cristianismo espiritual sofrerá oposição da parte dos filhos da desobediência. Mas Jesus recomendou aos discípulos: 'Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma.'Os que são fiéis a Deus não têm a temer o poder dos homens nem a inimizade de Satanás. Em Cristo lhes está garantida a vida eterna. Seu único temor deve ser atraiçoar a verdade, traindo assim a confiança com que Deus os honrou." DTN. 339.

Os fundamentos principais que nos levaram à crise são os seguintes:

1) Nós não cremos que na ordem da delegação se deve dar muito mérito ao favor e à amizade. Foram feitas objeções contra o ir. Kozel e seu comportamento, na circular de 22 de setembro de 1950. Não cremos que o Presidente tem o direito de mudar normas e acordos para seguir suas próprias idéias. O presidente deu o aviso a diferentes Uniões de sua nulidade, e desejava poder substituir por campos, contra a determinação da Conf. Geral, de que estas sejam reconhecidas como Uniões. Por exemplo: ele necessitava um número de delegados para a parte Oeste da Europa, para assim aumentar o número da União Escandinava. Nomeou ele primeiramente, um delegado por Finlândia, um por Suécia, um por Noruega e um por Dinamarca, para que viessem à Conferência Geral; isso significa 4 delegados fora do Presidente da União, que foram em total 5. Segundo nossos princípios pág. 36, deveria ser eleito um delegado sobre cada 250 membros, para que assim esta União com 262 membros, dos quais tem direito a 2 delegados, o ir. Kozel pudesse agregar mais 3 - A União Holandesa, segundo nossos princípios, tem o direito de enviar 2 delegados, porém o ir. Kozel mudou essa União e ordenou que todos os Campos que representam, deve ser enviado 1 delegado. Bélgica com muito poucos membros 1, França 1, Espanha 1, Luxemburgo 1, Inglaterra 1, Holanda 2 e ainda o Presidente, para que assim a União com o presidente e 7 delegados representassem a 322 membros, quando na realiade 2 delegados teriam sido os legais. 

Suiça, Áustria e Itália, formam uma União que têm direito a dois delegados, foram feitas disposições para 3 delegados, enquanto que a outras Uniões foi avisado de enviar seus delegados segundo os Princípios. - A união Africana foi deixada separada e foi dito que
o irmão Müller e Eggarter a representassem. A União portuguesa não foi convidada, porque o irmão Müller a anulou sem ter tratado com eles segundo a norma bíblica. - quando o pastor tem feito uma falta, interessamo-nos pelas valiosas almas, pois elas são nossos irmãos. A nulidade não foi segundo a ordem bíblica; não lhes foi trazido nenhuma ajuda pessoal.

2) Por nosso protesto contra esta injustiça e parcialidade, foi obrigado o ir. Kozel a deter a primeira Circular e foi enviada outra nova circular em 21 de novembro de 1950, a qual represenava uma nova injustiça, para tirar o direito legal de várias Uniões. O ir. Kozel tem posto a norma que os encarregados da Conf. Geral e também nas Uniões onde eles moram, devem ser escolhidos delegados segundo esta. Um delegado por 250 membros o que foi contrário com a prática comum que sempre foi praticada entre nós, que eles como encarregados da Conf. Geral eram encarregados de dar seu voto.

3) Assim foi tirado um delegado da União Brasileira, por ser o ir. Lavrik um membro da Comissão da Conf. Geral. O mesmo também aconteceu com os Estados Unidos da América do Norte, onde estava o ir. Nicolici secretário ativo. O ir. Kozel apresentou uma irmã, até sem a opinião da comissão da União de onde ela vivia; e lhe ofereceu pagar a viagem, além do irmão Nicolici. Contra este proceder protestou o irmão Nicolici, porém seu conselho que não foi fundado sobre os muitos anos de experiência na obra do Senhor desde o princípio, não foi aceito.

4) Durante os três anos, desde 1948 a 1951, não foi realizada nenhuma reunião de Comissão, ainda que os membros da Comissão sempre trataram de fazê-lo, para consertar diferentes dificuldades. O ir. Kozel rejeitou esse pedido. A União Brasileira pediu conselho à Conf. Geral, sobre uma dificuldade de interceder entre o dinheiro deles e o ir. Kozel e sua administração no Brasil. Isso foi rejeitado, com a promessa que esse particular o consertaria ele mesmo, o que também não fez.

5) Sempre foi prometido que todo assunto apresentado nas diferentes sessões da Comissão, seriam arrumados durante os dias da Conf. Geral. Estas reuniões foram fixadas para 29 de abril até 05 de maio de 1951, porém depois não foram realizadas. Somente durante um dia e meio foi realizada uma reunião sobre os assuntos financeiros e um programa comum, como único motivo. Foi também tratado de arrumar alguns assuntos que tinham que ser arrumados com a Comissão da Conferência Geral, porém a única resposta foi, que isso seria arrumado diante de todos os delegados. Nós não sabíamos que plano estava ocultado nisto. Temos feito nossa parte segundo a norma bíblica.

6) O começo da Conferência Geral

Ordem dos delegados 
Antes que começasse a Conf. Geral, foram examinados os delegados e reconhecida sua fé. A delegação da Argentina foi especialmente escolhida; ela consistia de três membros da família Kozel. Naquela União há centenas de membros, porém somente uma família foi contada apta para representá-la. Esta família trouxe para cada problema três votos. Nunca temos experimentado semelhante caso na Conf. Geral de nosso Movimento de Reforma.

7) A delegação do ir. Kissener foi rejeitada pelo seguinte motivo: Transgressão do 7° mandamento. O presidente (ir. C. Kozel) e o ir. Müller, sabiam antes da Conf. Geral do ano 1948, do caso do ir. Kissener, porém ocultamente recebeu a nomeação. E o ir. Kissener, foi escolhido para o alto cargo de membro da Comissão da Conf. Geral. Em abril de 1.948, quando este caso foi conhecido por outros membros da Junta, disse o irmão Nicolici ao irmão Kozel, que ele devia mudar imediatamente essa posição. Este conselho foi rejeitado e como complemento lhe foi confiada a direção da Escola "Hebron". O caso do ir. Kissner foi examinado durante 5 dias, e os irmãos Kozel, Muller, Luft, Korpmann e Ringelberg, defenderam-no como bom. Finalmente o próprio irmão Kissener renunciou de sua missão de delegado; e também foi tirado do cargo de pastor e mestre da escola. Nós não cremos que nosso povo quisesse que tais membros tivessem cargos de tanta influência.

8) Seguiram irregularidades nos relatórios financeiros do irmão Kozel. Sem o conhecimento da Junta dirigiu ele a obra da União, o dinheiro recebeu sobre seu próprio nome e em companhia de sua família, e com incrédulos, (a compra de 4.200 Hectares de campo, valorizado por 190.0000 pesos), sendo que isto é proibido segundo as sagradas Escrituras e o Espírito de Profecia: 2 Cor.6:14-18. Obreiros Evangélicos pág. 344-357, e Serviço Cristão pág. 141. Foi feito por ele para negociar sem o consentimento e conhecimento da Igreja. O dinheiro reservado da América do Sul não foi informado às Conferências locais. Aos trabalhadores locais da Argentina nunca foi dada muita confiança. Durante 4 dias foi examinado o relatório financeiro do ir. Kozel. Em vez que o poder da Conf. seguisse em mãos dos delegados, seguiu o ir. Kozel dominando as reuniões. Dominou até 22 de maio de 1951.

9) Depois de 9 dias seguiram os relatórios dos delegados e das Uniões. Pode-se ver como o Senhor deu êxito aos obreiros nos diferentes campos de Missões. Ao final dos informes nos surpreendeu, que em vez da responsabilidade ser posta em mãos dos delegados, apresentou-se o duodécimo dia outro caso: o do ir. Korpmann. Ainda que sempre lhes fosse solicitado aos que dirigiam as reuniões, de continuar a ordem da Conferência, foram ocupados outros 3 dias para este caso. O irmão Kozel e o ir. Müller, estavam dispostos a não tirar o ir. Korpmann, ainda que ele mesmo reconhecia os pontos apresentados na Conferência. A pouca vontade de uma parte dos delegados, não pode ser detida mais tempo, quando ao ver esses casos tão claros defendidos por aqueles, aos quais lhes foi confiada uma grande responsabilidade para o Movimento de Reforma. Quando um pastor é enviado por conta da Missão, a um Campo de Missão, e depois de 2 anos unicamente pode informar favorável, que ele ofereceu matrimônio a uma mulher divorciada em cuja casa ele viivia dois anos com ela e ele sabe que ela é divorciada; então, seguramente não podemos calar sobre tais coisas. Nós não podemos estar de acordo (ou à favor) de uma aparência tão escandalosa, já seja num simples membro ou de um obreiro e membro da Junta da Conf. Geral. (Leia-se Test. Sel., vol.IV, págs. 185-198 e Evangelismo, pág. 267) O ir. Kozel e o ir. Müller defendiam caprichosamente a este irmão, ainda que eles conheciam seu comportamento em Canadá, e que é um assunto da U.S.A. Foi discutido durante 3 dias no começo da Conferência Geral.

Depois de 15 dias de tais discussões e desordens, temos visto impossível seguir avante, continuando com as diligências pelas quais se haviam reunido os delegados. Como protesto fiel foi escrito uma declaração e apresentada aos dirigentes. Foi impedida a leitura dessa declaração diante da reunião. Onze dos delegados abandonaram nessa situação a reunião, e decidiram, organizar em união e espírito de amor a Conferência Geral. Esta situação trouxe o fim da crise e nos deu uma oportunidade de dar um passo progressivo na obra, aquele que foi já faz anos descuidado pelos dirigentes anteriores. O conteúdo dessa declaração encontrareis no Boletin # 2, e também alguns relatos que estão relacionados com esta situação. Lamentamos que tais coisas tenham que ser escritas, porém cremos que é vosso dever instruir a nossos membros sobre as realidades destes assuntos e não deixar que eles os instruam mal; os quais querem embelezar sua simpatia para com seus amigos. Nós não podemos sob nenhuma circunstância estar de acordo em abrogar os princípios retos desta mensagem.

Pedimos a todo nosso povo levantar sua voz contra estes irmãos que durante muitos anos tem detido a obra da Reforma. Reconhecemos como nosso dever o fazer-lhes conhecer isto, para que vós não sejais surpreendidos, e mostramo-vos em curtas frases as Conferências das Uniões, as quais representam a verdadeira autoridade da Conferência Geral. Elas representam três quartas partes de todos os membros do mundo. São estas: Nove Uniiões, três Campos Missionários, e aproximadamente 9.000 membros. 

Um assunto interessante é também da delegação dos antigos irmãos. Dorschler, Cramer, Rphael, Adamczak e Charles. Foi-lhes dada a oportunidade de apresentar suas queixas e falar diante da Conf. Geral. Esta reunião teve lugar em Utrecht, e tem sido comprovado que nos ensinos não existem divergências.

Eles apresentaram cinco perguntas as quais lhes foram respondidas. Quando chegou a hora que o ir. Nicolici respondesse ao ir. Dorschler sobre certos detalhes, então tal delegação abandonou a sala de reunião. Nós pensávamos que alguns dos mencionados irmãos ficariam desenganados ao observar o prodecer de seus chefes.

Queridos irmãos! Ficai tranqüilos em vossos corações; sede fiéis à mensagem cumprindo vossos deveres. Não presteis nenhuma atenção àqueles que querem por em perigo a pureza da obra de Deus.

Este boletim significa uma comunicação oficial, e representa o Movimento de Reforma em todo o mundo.

Com saudações cristãs e melhores desejos para vós de todos os delegados que figuram e seus campos.

Vossos irmãos.

MEMBROS

União Brasileira - 823  membros -André Lavrik, André Cecan, Ascendino Braga, Desidério Devai

União Sul-Am. "Norte" - 581 
membros - Eugênio Laicovschi. 

União Sul-Am. "Sul" - 265 
membros -Vicente Cimera 

União USA. - 97 
membros -Demétrio Nicolici 

União Rumena - 4.500 
membros -Demétrio Nicolici 

União Yugoslava - 870 
membros -Demétrio Nicolici 

União Búlgara - 450 
membros -Demétrio Nicolici 

União Alemã - 984 
membros -Jacobo Hartmann, Gustavo Fronz 

União Australiana - 104 
membros -C.T. Stewart 

União Este da Europa - 336 
membros -S. Eggarter, B.Hohenreiner 

Campo Húngaro - 350 
membros 

Campo Checo - 80 
membros -Demétrio Nicolici 

Campo Polaco - 117 
membros 

Assinado:
Secretário - C.T. Stewart 
Presidente - D.Nicolici 

Fim do Boletim # 1

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