Conselhos a Walter e Laura


A Natureza Vinculadora do Voto Matrimonial. 9 de janeiro de 1888. Tive uma entrevista com o irmão C. Solicitou-me encarecidamente que o acompanhasse a St. Helena a fim de entrevistar-me com sua esposa. ...


11 de janeiro de 1888. Tive uma longa conversa com a irmã C, mostrando-lhe que se encontra sob a obrigação do voto matrimonial e este não libera de seus reclamos qualquer das partes envolvidas, ex­ceto em caso de adultério, ou violação do leito conjugal. Nossa pa­lestra sobre o assunto foi muito proveitosa. - Manuscrito 22, 1888.

Pode um Juramento Nada Significar? 8 de junho de 1888. De­sejo colocar diante de você [Laura] alguns pontos. Por que não con­sidera os fatos como eles são? Vocês dois fizeram um juramento, arquivado nos registros do Céu pelo anjo relator, de que amariam um ao outro até que a morte os separasse. Você se esqueceu disso?

Deixa tão facilmente de lado os seus votos? Em troca de maus con­selhos, abrirá mão de sua honra, de seu juramento, de seu dever? Se maus pensamentos lhe sobrevieram, se algum mau conselho lhe su­geriu a separação, seria isto razão para você levianamente deixar de lado o seu juramento? Este nada significa? Seus caprichos mere­cem total atenção?

Você poderá dizer que não ama o esposo. Deve isto ser razão para não tentar amá-lo? Porventura é a presente vida tão longa e de tanto valor que você decidirá seguir o próprio caminho e apartar-se da lei de Deus? Não vejo base para você obter o divórcio. Mesmo que o esposo a houvesse enganado, há um juramento. Se ele lhe contou, como afirma ter feito, e nega tê-la enganado, e você se ca­sou com ele, como pretende agora obter o divórcio? Desejo que você siga uma conduta compatível com o conselho que lhe dou, pois não tenho diferente conselho para apresentar-lhe.

A Imperfeição não é Motivo Para Dissolver o Casamento. Meu coração se entristece ao ver a maneira frívola como são considera­dos os votos matrimoniais. Aproximamo-nos do juízo. Peço que você considere de modo cuidadoso e franco a sua posição. Talvez, ao examinar-se mais cuidadosamente o assunto, você desaprove as maneiras de seu esposo. Não será este o caso de muitas pessoas, de­pois de passada a novidade do casamento? Contudo, quando você fez seu voto diante de Deus e dos santos anjos, sabia que nem você e nem seu marido eram perfeitos; isto não é, pois, desculpa para que­brar os votos matrimoniais. Existe a necessidade de treinar a mente e o coração, para que um tolere o outro, sendo mutuamente amáveis e não permitindo que a desconfiança e o ódio tomem conta.

Recuperando o Amor Perdido. Eu a amo, minha irmã, e não de­sejo que você assuma atitude que arruinará sua felicidade e a de seu marido. Aqueles que a aconselharam a assim proceder, melhor fariam em examinar o próprio coração. Quando você colocar sua von­tade no sentido de ajudar a si mesma, agindo conscientemente no temor de Deus, o amor que você agora supõe encontrar-se morto, como que ressuscitará, a menos que vocês joguem um sobre o ou­tro a má natureza e desenvolvam as piores qualidades do coração humano. A fonte do amor aumentará dia após dia e com o tempo excluirá toda a amargura e desapontamentos.

Você sabe que tem ternos sentimentos para com seu esposo, pois ele é seu marido e a ama de todo o coração. O seu amor seria para ele muito precioso, uma luz e inspiração para a sua vida. Ele apreciará tal amor; ele o valorizará, e a influência do mesmo sobre a vida dele se exercerá no sentido de modificá-la e elevá-la. Talvez você tenha fantasias, ideias e caprichos os quais não quer abandonar, e seu esposo terá de lidar humilde e pacientemente com você. Você possui, no entanto, nobres traços de caráter que, não sendo desrespeitados e abusados, virão em seu auxílio.

Necessidade de Tolerância. Devo dizer-lhe que você não pode quebrar seus votos matrimoniais e sentir-se sem culpa diante de Deus. Una os seus interesses aos de seu marido. Ame-o, tolere-o e trabalhe com ele. Descarte os conselheiros do mal. O caso é entre você, seu marido e Deus. É o orgulho do coração que lhe cega os olhos a ponto de não perceber a necessidade de fidelidade a seu esposo. Apegue-se fielmente a seus votos matrimoniais por ser uma pessoa de coração reto; porventura se arrependerá você de haver preservado tais votos quando for revestida do manto da justiça de Cristo?

Perfeição Unicamente em Cristo. Temos apenas um curto perío­do para viver na Terra, um tempo em que práticas licenciosas se ani­nham sob os votos matrimoniais, para a ruína de dezenas de milha­res. Embora você tenha uma cruz a carregar, suplico-lhe em nome de Cristo que não se aparte da justiça, do que é correto. Que a vida de vocês seja de sobriedade e o poder da vontade se aplique ao caso, de modo a não procurarem a perfeição um no outro, e sim ao con­templarem a Jesus, “o Autor e Consumador da fé”. Heb. 12:2. Lute por correr a carreira cristã com paciência, mantendo em vista a co­roa da justiça, buscando obter conhecimento da vontade de Deus, dando preferência à familiaridade com Ele e afeiçoando-se a Ele.

Sei que então você se convencerá do caminho correto e agirá de modo resoluto, não como uma criança, mas de acordo com suas convicções e sentimentos. Entregue-se a Deus sem reservas - corpo, alma e espírito. Trabalhe na causa de Deus, fazendo o bem, e o Senhor a abençoará. Não se centralize no eu. Pense na alma de al­guém; pense na vida de abnegação e sacrifício próprio de Jesus. Desvie a atenção de si mesma para Jesus, Sua vida e caráter. - Car­ta 57, 1888.

Aceitação dos Fatos. 29 de agosto de 1888. Não vejo que mais se pode fazer neste caso, e penso que a única coisa que lhe resta [Walter C] é desistir de sua esposa. Se ela está assim determinada a não viver em sua companhia, serão ambos muito infelizes se o ten­tarem. Visto que ela absoluta e decididamente estabeleceu os pró­prios limites, a única coisa que você pode fazer é tomar sua cruz e proceder como homem. ...

Espero que você seja homem. Deixe este assunto de lado, dirija-se ao trabalho e cumpra os seus deveres a despeito de todas as outras pessoas na Terra; esquecendo-se de si mesmo, negando e sacrificando a si próprio. Nisto consistirá a sua força. Jesus, nosso Redentor, apresenta-Se aos homens e diz: Eu os amo e quero torná-los felizes. Mostra Suas mãos e pés, dizendo: Sofri em seu favor; suportei as setas atiradas contra vocês; carregarei os seus fardos; protegerei vocês. Confiem em Minha fiança e certamente recebe­rão a grande recompensa da vida eterna.

Não Há Tempo Para Autocompaixão. Digo-lhe que deposite sua confiança em Deus. Sua mente tem-se sentido perplexa e ocupada com o assunto de sua esposa. Agora, em nome de Jesus, largue este fardo; deixe seu caso nas mãos do Senhor. Que esta experiência o torne humilde. Cristo está com os fracos, tentados e abandonados a fim de lhes oferecer a Sua simpatia e repouso. Você necessita de descanso mental. Desista de Laura e firme suas afeições em Deus. Ele lhe dará alívio. O tempo é curto; você não pode parar e ter pena de si mesmo; vá trabalhar para o Mestre. Cumpra o seu dever com o melhor de suas habilidades; não se entregue ao desânimo; ande humildemente com Deus; busque comunhão com Ele. Que não seja o caso de seus desapontamentos levarem você a centralizar-se no eu, pensando em si, falando a seu próprio respeito. ... Viva para Deus. Seja amável e cortês. Não permita que o desapontamento o leve à ruína. Expulse a melancolia. Deus o ajudará se você se entre­gar verdadeiramente a Ele. Lembre-se, os olhos de Deus estão so­bre você, pesquisando as profundezas de sua alma. ...

Possa o Senhor ajudar, fortalecer e abençoar para que você faça o seu melhor. Desvie os olhos de coisas terrenas, de terrenos ído­los, e adore o Senhor seu Deus, servindo-O “de todo o teu coração, de toda a tua alma”. Mat. 12:30. Assim você será inteiramente de­votado ao Senhor. - Carta 40, 1888.

Desconsiderando a Luz. Desejei encontrar você [Laura] a fim de falar-lhe. Temo grandemente que você esteja desconsiderando a luz que o Senhor houve por bem conceder-lhe por meu intermédio. Sei que o Senhor a ama terna e piedosamente, e espero que você não ceda à tentação de seguir uma conduta que separe sua alma de Deus. Existem muitos, prontos a dar conselhos que confundem a mente, os quais não têm a Deus por conselheiro; portanto, tudo o que eles possam dizer simplesmente confundirá o caso que já é muito difícil.

Minha irmã, sua disposição e temperamento são tais que sou le­vada a temer grandemente por sua salvação. Temo que não escolhe­rá como companheiros os que são discretos, sábios e humildes de coração, os que amam a Deus e guardam os Seus mandamentos.

A Batalha de Satanás Pela Alma. Lemos que Satanás desceu à Terra com grande ira, atuando com seu poder enganador no coração e mente de todos os que ouvem suas sugestões. Você conhece algo do amor de Deus; sabe alguma coisa da paz de Cristo; e Satanás está praticando o jogo da vida por sua alma. Será ele vitorioso? Conseguirá cumprir seu propósito? Não o permita Deus!

O Senhor lhe tem concedido luz, mas você não tem andado nela. Está satisfeita com a conduta que segue? Seu próprio cami­nho, sua vontade, não é o melhor para você seguir. Estou certa de que Satanás deseja assegurar você para si. Consegui-lo-á? Escolhe­rá você seguir o próprio caminho em vez de trilhar o caminho do Senhor? Decidirá colocar-se no terreno do inimigo?

Evitar Até a Aparência do Mal. Abstenha-se até mesmo da apa­rência do mal (I Tess. 5:22) é a exortação do inspirado apóstolo. Tem você feito isso? Com seu temperamento, isso lhe é difícil de realizar enquanto viaja de um lugar para outro colportando. Sente você, minha irmã, que tem agido conscienciosamente? Não estará seu caráter apresentando desenvolvimento unilateral? Não estarão sendo fortalecidos traços de caráter nada desejáveis, os quais lhe macularão a vida futura? O sensacional e o emocional estão mais desenvolvidos do que o intelectual. Minha irmã, evite tudo que exa­gere essa tendência tornando-a um poder dominador. Você tem po­der motivador; seja ele não corrompido e inteiramente dedicado a Deus. O Senhor concedeu-lhe faculdades e habilidades que preci­sam ser santificadas e postas em prática para a Sua glória.

Você tem uma história, e está fazendo história. Nessa crise a mente pode mudar de direção, inclinando-se para o que é grosseiro em vez do que é amável. A corruptora influência do mundo pode moldar os seus hábitos, seus gostos, sua conversação, sua conduta. Você está do lado perdedor. Estes preciosos momentos, tão solenes e carregados de resultados eternos, podem estar sendo postos intei­ramente do lado satânico da questão, e poderão demonstrar-se a sua ruína. Não desejo que assim ocorra. Almejo que você seja uma cris­tã, uma filha de Deus e herdeira do Céu.

Importância do Conselho dos Pais. Você tem estado a moldar a sua vida. Como está seu caso, conforme registrado nos livros do Céu? Acima de todas as coisas, busque aquelas que têm a ver com a sua paz. Coloque-se sob influências que não venham a deteriorar e destruir a fina sensibilidade da alma. Mantenha o coração incontaminado das coisas do mundo. Que nenhuma familiaridade com jovens do sexo masculino manche sua vida. Você está sob risco de abandonar a Cristo, de tornar-se negligente e indisposta a ouvir sá­bios conselhos. O conselho da afeição paternal está caindo em ouvidos surdos. Pode você, minha irmã, pensar seriamente se aceitará conselho dos mais experientes? Será guiada por seus amigos? Será o conselho dos pais desatendido? Tomará você seu caso nas pró­prias mãos?

Reconsiderando os Passos. Espero que você modifique sua conduta, pois se alguma vez o Senhor falou por meu intermédio, agora Ele lhe está dizendo que reconsidere seus passos. Suas paixões são fortes; seus princípios encontram-se sob perigo; e você não levará em conta e não seguirá o conselho que sabe ser a coisa mais clara, segura e coerente a ser feita. Decidirá você fazer o que é correto, ser correta, a atender ao conselho que lhe tenho apresentado em nome do Senhor? Deus lhe concedeu habilidades. Serão es­tas desperdiçadas a esmo? Esforços desgovernados mais frequentemente avançarão na direção errada do que na correta. Permitirá que anos de obstinação, desapontamento e vergonha passem, e você cau­se tantas impressões negativas sobre as mentes por causa de sua con­duta, de modo a nunca chegar a exercer a influência que poderia?

Sua forma de proceder tem feito com que todo o bem que você já produziu, seja agora visto como mal. Você se tornou mal-humorada, não santificada e irreligiosa. Para conquistar aquilo que você pensa ser liberdade, adota uma conduta que, caso seja seguida, tornar-se-á um jugo pior do que a escravidão. Você deve mudar seu comportamento e ser guiada pelo conselho da experiência e, através da sabedoria daqueles que o Senhor instrui, colocar sua vontade do lado da vontade divina.

Mancha na Alma. Se, porém, você estiver decidida a não ouvir conselhos senão os próprios, e a resolver todos os problemas por si mesma, então esteja certa que colherá o que semeou. Você deixará completamente o caminho correto, a não ser que ferida, magoada e diminuída em caráter religioso, se volte para o Senhor, humilde, ar­rependida e confessando seus erros. Você se cansará de desferir gol­pes no ar.

Está segura de que sua conduta é correta? Sei que não; mas o orgulho tem a posse de sua alma. Você é demasiado irrequieta ou descuidada para tomar conselho. Lembre-se de que cada ação tem duplo propósito, seja ela virtuosa ou desmoralizadora. Deus está descontente com você. Pode permitir-se continuar na conduta que está seguindo? Uma mancha está sendo estampada em sua alma. - Carta 47, 1889.

Como Barro nas Mãos de Jesus. Laura, rogo-lhe que vá a Deus em busca de sabedoria. O mais difícil é,controlar a si mesma. Suas próprias provações diárias, suas emoções e seu temperamento peculiar, seus impulsos interiores - essas são coisas difíceis de você controlar. Essas tendências voluntariosas a conduzem frequentemente à escravidão e às trevas. Seu único caminho é entregar-se, sem reservas, às mãos de Jesus - com todos os seus hábi­tos, tentações, provações e impulsos - e permitir que o Senhor a modele como o barro é modelado nas mãos do oleiro. Você não é dona de si, portanto há necessidade de entregar sua personalida­de incontrolável nas mãos dAquele que pode dirigi-la; então des­canso, precioso descanso e paz, sobrevirão à sua alma. Repouse passivamente nas mãos de Deus

Retratos nos Livros de Registro do Céu. Lembre-se, seu caráter está sendo retratado pelo Artista-Mestre nos livros de registro do Céu, tão minuciosamente quanto a face é reproduzida pelo artista sobre a superfície polida. O que dizem os livros celestiais em seu caso? Está você conformando seu caráter com o do Modelo, Jesus Cristo? Está você lavando as vestiduras do caráter e alvejando-as no sangue do Cordeiro? “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.” Apoc. 22:12.

Mudança Antes que Seja Demasiado Tarde. Laura, ainda não é tarde demais para os erros serem corrigidos. Não é demasiado tar­de para confirmar sua vocação e eleição. Agora você pode começar a atuar no plano de adição. Adicione à sua fé virtude, conhecimen­to, temperança, paciência e todas as graças cristãs. As demais coi­sas perecerão no grande dia da conflagração, porém o ouro do caráter santo perdurará. Ele não conhece decadência. Suportará a prova do fogo no último dia. Minha querida filha, desejo que se lembre de que “Deus há de trazer ajuízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más”. Ecl. 12:14.

A verdade está se desdobrando àqueles que andam na luz do sol da justiça de Cristo. A verdade santifica. Observamos o mal preva­lecendo em toda parte. É ele acariciado e exaltado, ao passo que a verdadeira bondade, justiça, imparcialidade e pureza são calcadas a pés. Grande número de pessoas está semeando influências daninhas á sua volta. O que você está fazendo, Laura? Desde que decidiu re­jeitar o conselho e recusar a advertência, tem se tornado uma cristã firme e bem desenvolvida? Ou escolher o próprio caminho tem-lhe trazido inquietações, preocupações e ansiedades?

A Mais Crucial Escolha na Vida. Por que não ouve o conselho de seus pais? Diante de você está o caminho que conduz à ruína cer­ta. Não se volverá enquanto pode? Buscará ao Senhor enquanto a doce voz da Misericórdia lhe está convidando? Ou preferirá seguir o próprio caminho? O Senhor Se compadece de você. O Senhor a convida. Você aceitará? Voltará você de suas apostasias? Que o Se­nhor a ajude a escolher ser inteiramente dEle! - Carta 51, 1889.

Vontade e Conselho Próprios. Querida irmã Laura: Pensei que deveria escrever-lhe umas poucas linhas, pois tenho interesse em sua alma, e estou segura de que os seus pés já foram perigosamen­te longe no caminho que conduz à perdição. Você não tem estado a adquirir força para superar os defeitos de caráter, antes tem seguido uma conduta que não é cristã. Pois bem, sei que se você houvesse seguido o conselho que lhe dei em nome do Senhor, poderia hoje encontrar-se num ponto muito mais avançado em termos espiri­tuais. Mas toda a minha orientação foi posta de lado como nada va­lendo, e senti que não deveria insistir em buscar o seu bem, pois mi­nha alma se magoaria e a sua não seria auxiliada, a menos que eu pudesse estar de acordo com as suas ideias no tocante a seu casa­mento com Walter. Isto jamais farei, pois sei que você está seguindo uma conduta que não é correta, e que o Senhor não aprovará. Es­tivesse você correta, não teria sofrido como sofreu.

Sua conduta, desde que abandonou Walter, não tem sido de mol­de a fazê-la mais estimada por qualquer pessoa que tenha o amor de Deus no coração. Você sempre gostou de frequentar a sociedade, es­timulando a atenção de rapazes. Tem feito isso para prejuízo próprio. Conselhos e recomendações neste sentido não têm feito qualquer bem a você, antes lhe têm produzido ressentimento. Entretanto, se­ria você capaz de considerar o modo como os anjos celestiais obser­vam as suas ações, seguindo persistentemente as próprias opiniões, a própria vontade, firme, desafiante e determinada?

Refletindo-se no Espelho de Deus. Você tem mantido as pró­prias ideias, sem considerar o que é certo ou justo. Isso vale a pena, Laura? Pode permitir-se o gasto dos poucos momentos de graça no estilo de vida que escolheu? Se você houvesse consentido em viver com Walter, certamente não se sentiria mais infeliz do que agora. Você definiu sua vontade própria, mas será esta a vontade de Deus? Eu gostaria que você visse a si mesma como Deus a vê. Você já amou a Deus, mas perdeu o seu primeiro amor. Não mais ama a Deus; não ama as coisas sagradas. Sua influência em relação aos outros não é um cheiro de vida para vida, e sim “de morte para mor­te”. II Cor. 2:16. Em vez de crescer “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Ped. 3:18), você está se afastando mais e mais do Senhor.

Frieza e Declínio Espirituais. Estivesse você seguindo uma conduta correta, não revelaria este declínio espiritual. A Bíblia não mais lhe é preciosa, como antes o foi. Você a lê por breves momentos, como que cumprindo um dever, mas não porque deseja ouvir a voz de Deus em Sua Palavra. Por vezes você ora, mas apenas de modo formal. Você não leva a Deus todas as suas preocupações, suplicando-Lhe com coração humilde para conhecer os Seus caminhos e a Sua vontade. Não podemos sancionar sua conduta; não te­mos considerado o seu exemplo como seguro para ser seguido por quem quer que seja.

Em vez de alargar a diferença que a separa do mundo, você a tem diminuído, até a ponto de obliterá-la. Deve o Senhor dizer-lhe hoje: Cortem a árvore; porque estaria ela a ocupar o solo? Você não terá parte na primeira ressurreição. Sua conversação não é refinada e escolhida; ouvindo a sua leviana e descuidada conversação, e ob­servando as companhias que escolheu nesses últimos anos, ninguém poderia crer que você é cristã. Você e sua irmã estão dia­riamente perdendo terreno, tornando cada vez mais trabalhoso e difícil o retorno.

Completamente Imprudente e Descuidada? Poderá você enfrentar isso? Tornou-se você completamente imprudente e des­cuidada no tocante à sua alma? Tenho uma mensagem de Deus para você que não precisa fazê-la desesperar, antes retornar ao Senhor. “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que Se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.” Isa. 55:6 e 7.
Perca de vista todas as coisas, menos uma: Como está a minha alma? Se me sobreviessem repentinamente a doença e a morte, qual seria a minha esperança de entrar nas mansões que Jesus foi preparar para os que O amam? Terá Jesus morrido em vão por mim? Escolherá você seu próprio modo de agir, a própria vontade, recusando-se a observar o caminho do Senhor?
Necessidade de Retorno a Deus. O seu coração tem-se tornado mais e mais endurecido; porém, Laura, caia sobre a rocha e deixe-se quebrar; renda-se a Deus; retorne a Jesus. O mesmo brilho radiante do sol que uma vez iluminou a sua alma e a enterneceu, os mesmos raios do Sol da Justiça que iluminaram a sua mente com a sua pureza, estão ainda hoje buscando o seu coração e mente. O mesmo Jesus que proferiu palavras de perdão à sua alma, está lhe falando hoje. O Seu sangue não perdeu a eficácia; é capaz de limpá-la de todo pecado. O mesmo Espírito que uma vez a conduziu a Jesus com as cordas de Seu amor, está à sua espera para levá-la de volta a Ele. Não pense em qualquer outra coisa senão em Jesus. Quebrante seu coração, confesse seus pecados, abandone-os e re­torne ao Senhor com pleno propósito de coração. Quando você mostrar determinação de agir corretamente diante de Deus, de abandonar os próprios caminhos em favor dos de Deus, Ele restaurará você à Sua salvação.

O Enfraquecido Poder da Vontade. Algumas coisas que agora lhe parecem impossíveis, por certo modificarão sua aparência quando o seu coração for transformado pela graça de Deus. Por vezes o seu coração tem-se tornado triste ao você perceber que não está salva e que tem ofendido o Salvador com os seus maus proce­dimentos. Quando analisa a si mesma, surpreende-se ao perceber a distância que colocou entre você e o Salvador. Vez após outra tem tomado a decisão de reformar-se, mas frequentemente fracassou porque tomou a decisão baseada nas próprias forças. Sua força mo­ral enfraqueceu-se. Sua força de vontade ainda é suficientemente forte, mas não é forte do lado do Senhor. Não tem sido capaz de fi­xar a mente na Palavra de Deus. Tem falado muito, mas isso apenas a tem levado a afundar-se ainda mais. Seu coração não tem senti­mento quando você tenta orar.

O Clamor do Pecador. Faça agora um esforço desesperado. Desvie sua mente de si mesma, de pensar no divórcio, de pensar em Walter, de pensar em qualquer coisa mortal; e comece com a própria alma. Clame com toda sinceridade: “Leva-me para a Rocha que é mais alta do que eu” (Sal. 61:2); salva-me, Senhor, ou perecerei. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito reto. ... Purifica-me com hissòpo, e ficarei limpo; lava- me, e ficarei mais alvo que a neve.” Sal. 51:10 e 7.

Estamos rodeados de iniquidade em suas várias formas. Você necessita de um ajudador. O Senhor conhece todas as suas obras; mesmo os seus pensamentos acham-se diante dEle como um livro aberto. Faço-lhe agora o meu apelo. Deve haver uma mudança to­tal. Desloque-se de sob a infernal bandeira de Satanás e coloque-se embaixo da ensanguentada bandeira de Jesus Cristo. Você fará isto? Trocará o seu espírito pelo Espírito de Cristo? Quando a sua mente sentir prazer em se demorar no Céu e nas coisas celestiais, você dei­xará de sentir o desejo de desfrutar da companhia de rapazes. No mais íntimo recesso de sua alma você desejará ser semelhante a Je­sus. Contemplando-O, “somos transformados” à Sua imagem. II Cor. 3:18. Pensamentos e sentimentos carnais não mais serão entre­tidos. Você deixará de ser frívola, vulgar nas conversas e não santi­ficada em sua vida. Você alcançará os mais altos padrões de pureza e elevação de caráter através da graça de Cristo.

Entrego-a agora a Deus e a Sua graça. Entretanto, “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor. Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade”. Filip. 2:12 e 13.-Carta 14a, 1891.
 Testemunhos sobre conduta sexual, adultério e divórcio, páginas 54 a 67

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