Segundo o movimento de reforma a igreja não pode deixar seus membros votarem e o cristão não deve participar nas decisões do país onde mora. Para eles isso é pecado e questão de doutrina. Nesse estudo visamos esclarecer se realmente é pecado votar e ainda se a igreja tem direito de proibir o membro de participar de eleições ou ser político.
Estudo retirado do livro "REFORMA ÚLTIMA PALAVRA" de Antônio Dourado, páginas 188 a 192
Política – votar
As Reformas de 1914 nos condenam por nos tornarmos eleitores,
pois desta forma "estamos tomando parte na política". Devemos,
irmão (irmã), fazer diferença entre ser eleitor e ser político ou tomar
parte em política. Não existe lei civil determinando que toda pessoa seja
política ou se envolva na política, mas existe lei determinando que todo
indivíduo, sem impedimento legal, seja eleitor. A Bíblia nos ensina:
"Dai a César o que é de César...." - (Mat. 22:21).
"Todo homem esteja sujeito à autoridade...." -
(Rom. 13: 1-7).
"De modo que aquele que se opõe à autoridade, resiste à ordenação
de Deus."-(Rom. 13:2).
"Sujeitai-vos pois a toda instituição humana por causa do Senhor;
quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por
ele..." - 1Pedro 2: 13,14.
Da pena da Sra. White, leia ainda
as seguintes citações:
"Não façam os adventistas do sétimo dia coisa nenhuma que os
assinale como desobedientes da lei (civil) ou a ela contrários". - Manuscrito 117 - A-m 1901.
"Devemos exercer grande cuidado para não sermos tomados por
oponentes das autoridades civis." -
3TS, pág. 45.
Como adventistas, somos apolíticos. Ser eleitor não é ser político. Os testemunhos condenam que nos envolvamos
em política mas não condenam que nos tornemos eleitores. Aliás, entendemos
que os reformistas de 1914 hoje permitem que os seus membros se tornem
eleitores, mas têm que votar em branco ou tornar nulo o voto. É justo
isso perante Deus?
Consideramos desonestidade.
As mensagens citadas como proibição para o adventista votar, entendemos,
são as que se encontram em Obreiros Evangélicos, nas páginas 391 e 392:
"Não podemos com segurança votar por partidos políticos"
"Não podemos trabalhar para agradar a homens que irão empregar sua
influência para reprimir a liberdade
religiosa, e pôr em execução medidas opressivas para levar ou compelir seus
semelhantes a observar o domingo como sábado... os membros da família do
Senhor não podem ter parte com os homens que o exaltam, e violam a lei de Deus, pisando seu sábado. O povo de Deus
não deve votar para colocar tais homens em cargos oficiais, pois assim fazendo,
são participantes nos pecados que eles cometem enquanto investidos desses
cargos. - Idem, págs. 391, 392. (Destaques acrescentados)
O "não podemos" da
primeira citação é um lembrete, um esclarecimento, e não uma proibição. Aí
está dito que não há segurança em
votarmos por partidos políticos. A expressão usada no original inglês é
"We cannot" que significa "não temos condições", "não
temos capacidade"; "é-nos
impossível". Seria diferente se a autora tivesse escrito "we may
not", que significaria não devemos,
somos proibidos.
Na segunda citação, a escritora usa o mesmo
verbo, é certo, mas termina dizendo que o povo de Deus não deve votar para
colocar tais homens.... De que homens a irmã White esta falando? Acima, ela
mencionou homens que empregariam sua influência para reprimir a liberdade
religiosa e pôr em execução medidas repressivas contra o sábado e a favor do
domingo. Igualmente, não devemos votar em ninguém que saibamos possa vir a
contrariar a moral, e os bons costumes.
O testemunho que contém as citações em estudo foi dirigido aos mestres e
diretores de nossas escolas. Vê-se que os
nossos professores estavam se imiscuindo em política.
Outras citações da pena da Sra. White que damos abaixo, somadas às que
demos acima e comparadas com outros dados do comportamento da igreja no tempo
em que vivia a profetisa, fazem concluir que não deve a igreja proibir que os
seus membros se tornem eleitores e votem (com dignidade), pois não existia
naqueles idos tal proibição na Igreja.
Vejamos:
"Vi que o nosso dever... é obedecer às
leis de nossa pátria, a menos que se oponham às que Deus proferiu com voz
audível no Monte Sinai." - 3TS,
pág. 59.
"Assisti à reunião à noitinha. Tivemos
uma reunião espontânea, interessante. Depois do tempo de terminar, foi
considerada a questão de votar, demorando-nos sobre ela. Primeiro falou Tiago,
depois o irmão [J.N.] Andrews, e foi por eles julgado melhor pôr sua influência
a favor do direito e contra o erro. Eles acham que é direito votar em favor dos
homens defensores da temperança governarem em nossa cidade, em vez de, por seu
silêncio, correr o risco de serem eleitos homens intemperantes. O irmão [Davi]
Hewitt conta sua experiência de alguns dias atrás e está certo de ser direito
dar seu voto. O irmão [Josias] Hart fala bem. O irmão [Henrique] Lyon se opõe.
Nenhum outro é contrário ao votar, mas o irmão [J.P] Kellogg começa a julgar
que é direito. Os sentimentos são cordiais entre todos os irmãos. Oh, que todos
eles procedam no temor de Deus." - uma página do diário de Ellen G. White
em 1859, citado em 2 ME, pág. 337. (Destaques acrescentados)
Não sabemos quantas pessoas estavam presentes a essa reunião. Entre os
vários que falaram, só um se opôs ao voto. Prossegue o registro no diário:
"Os homens da intemperança estiveram hoje no escritório, exprimindo
de modo lisonjeiro sua aprovação à atitude dos observadores do sábado não
votando, e exprimiram esperanças de que eles fiquem firmes nessa atitude e,
como os quáqueres, não dêem seu voto. Satanás
e seus anjos estão atarefados por esta altura, e ele tem obreiros na Terra. Que
ele fique decepcionado é minha oração." - Idem. (Destaque acrescentado).
Vê-se que a irmã White desejou que
falhassem os cálculos políticos dos homens da intemperança, e que
os adventistas comparecessem em massa às urnas para votar a favor dos homens
defensores da temperança. No livro
Temperança, lemos uma declaração da Irmã White feita em 1914:
"Os defensores da temperança deixam de cumprir seu inteiro dever a
menos que exerçam sua influência por
preceito e exemplo - pela voz e pela pena e pelo voto - em favor da proibição e
da abstinência total." -
Temperança, pág. 254. (R&H,
15 de outubro de 1914 -Doc. 16. Destaque
nosso).
De Tiago White, Temos:
"Não estamos preparados para provar
pela Bíblia que seja incorreto para um crente na terceira mensagem ir, de modo
conveniente à sua crença, depositar seu voto. Não o recomendamos nem nos opomos
a isso. Se um irmão deliberou votar, não
podemos condená-lo e temos a mesma atitude para quem não o queira fazer."
- R&H 21/8/1860.[1] (Destaque acrescentado).
"Aqueles de nosso povo que votaram num homem
na última eleição presidencial, votaram em Abraão Lincoln" –
R&H 12/8/1862.[2] (Destaque acrescentado).
"A Sra. White jamais votou, e, mesmo que quisesse fazê-lo, não podia, porquanto em todo o tempo em que
viveu, o direito de voto nos Estados Unidos não se havia estendido às
mulheres.” - A. B. Christianini."[3]
A Associação Geral toma posição em 1865
Eis uma resolução da nossa Associação Geral
que data do ano de 1865:
"Resolvido - Que, a nosso ver, o ato
de votar, quando exercido a favor da justiça, do direito e do bem-estar do
homem, é em si inocente, e em certas ocasiões pode ser altamente conveniente;
mas o voto que redunda no fortalecimento de crimes como a intemperança, a
insurreição e a escravatura, reputamos altamente criminoso à vista dos Céus.
Mas pedimos que não se tenha nenhuma participação no espírito de lutas
partidárias. "Relatório, da III Sessão Anual da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia". Também publicado em R&H, 23/5/1865.[4]
Alguma resolução modificando a
decisão de 1865 ?
"Declara o pastor Arthur L. White, neto da serva do Senhor, em um
trabalho intitulado Seventh-day Adventists and Voting: ‘Nem Ellen G. White pelo
Espírito de Profecia nem a Associação Geral em suas resoluções, em tempo algum
negaram aos adventistas do sétimo dia o privilégio de votarem. Por outro lado,
os líderes da igreja e a Sra. White, através dos anos, clamaram energicamente e
cada vez mais, contra o perigo de o nosso povo envolver-se na política como tal
ou em controvérsias partidárias.’
"Daqui se infere uma distinção entre o votar e a política. Uma
coisa permitida, e outra condenada." [5] -
Arnaldo B. Christianini.
Pesando os prós e os contras da questão, e
ainda, observando o procedimento dos pioneiros, concluímos que, não somente
podemos mas também devemos ser eleitores, em cumprimento das leis do país. O
que devemos considerar errado é "imiscuir-nos com a política";
"ligar nossos interesses com qualquer político”; "meter-nos nos emaranhados da
política". Diz a serva do Senhor:
"O Senhor quer que seu povo enterre as questões políticas. Sobre
esses assuntos, o silêncio é eloqüência.- Obreiros Evangélicos, pág. 391.
"Quanto ao mundo, dirão os cristãos: não nos intrometeremos na
política." - TM, pág. 131.
O comportamento do eleitor adventista
O autor deste trabalho sugere o seguinte comportamento:
1 - Não se prender a qualquer
partido político (como eleitor).
2 - Orar antes de escolher os
candidatos.
3- Quando não se tem um candidato
"bom", votar no menos ruim. (A omissão favorece alguém).
4- Não votar em pessoas
reconhecidamente inimigas da moral, dos bons costumes, dos pobres, do
cristianismo, da temperança, ou da liberdade religiosa.
5 - Não votar para fazer ou
receber favores (pensar no bem da coletividade e não no particular).
6 - Não pedir favores a
candidatos políticos, mesmo que sejam para a nossa igreja. (Isto é diferente de
pedir favores justos e legais a autoridades e governantes na vigência de seus
mandatos).
7 - Não falar na igreja
sobre política.
8 –Não pedir a conhecidos e
irmãos votos para este ou aquele candidato.
Se o eleitor observar as regras acima, talvez estará não apenas
cumprindo um dever cívico, mas estará também procedendo a um ato cristão.
Pode o adventista, candidatar-se a
um cargo político?
É difícil para um cristão ser político,
mas, dois testemunhos parecem mostrar
que não se deve considerar errado o adventista tornar-se parlamentar, e
que isto pode até tornar-se bênção para a Igreja e para a sociedade. Para isto a pessoa terá que ser um candidato
diferente e de fibra, abstendo-se de
tudo que conspira contra as virtudes cristãs, e isto a partir da forma de divulgação de sua
candidatura. Como eleger-se sem se identificar com os políticos de seu
partido? É difícil. Cremos que um crente
fiel somente chega a um cargo político quando isto está nos
desígnios de Deus. É oportuno lembrar aqui que nos tempos bíblicos Deus
teve servos Seus em altos postos de governo como foi o caso de José no
Egito, Daniel e seus companheiros nas
cortes de Babilônia, e Ester, rainha no império Medo-Persa. Examinemos as duas
citações que temos:
"Querida mocidade, qual é o alvo e propósito de vossa vida? Tendes
a ambição de educar-vos para poderdes ter nome e posição no mundo? Tendes
pensamentos que não ousais exprimir, de poderdes um dia alcançar as alturas da
grandeza intelectual; de poderdes
assentar-vos em conselhos deliberativos e legislativos, cooperando na
elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessas aspirações.
Podeis, cada um de vós estabelecer um alvo. Não vos deveis contentar com
realizações mesquinhas. Aspirai a altura, e não vos poupeis trabalho para
alcançá-la." - Mensagens aos Jovens, pág. 36.
"E muitos jovens de hoje, que crescem como Daniel no seu lar
judaico, estudando a Palavra e as obras de Deus, e aprendendo as lições do
serviço fiel, ainda se levantarão nas
assembléias legislativas, nas cortes de justiça, ou nos paços reais, como
testemunhas do Rei dos reis." - Educação,
pág.262.
(Destaques acrescentados)
Mas, note bem, meu irmão ou irmã: Não pretenda "alcançar as alturas"
sem total dependência de Deus, Sua vontade, e Seus princípios. Sem isto, não se
candidate a nenhum cargo político. Você poderá se perder.
"No órgão oficial de nossa Igreja, ‘Review and Herald’, de outubro
de 1964, lê-se o seguinte: ´Um cristão dedicado deve estar capacitado a votar
mais inteligentemente, e, se eleito para cargo público, servir mais fielmente
do que um cristão nominal ou um incrédulo.´" - RA, 10/1978 .
Conclusão:
À luz da Bíblia e dos Testemunhos, não faz sentido os Movimentos de
Reforma estabelecerem como princípio de fé ou prova de comunhão a questão do
voto político.
Irmãos reformistas, a IASD não
impõe aos seus membros como "princípios de fé" o que não é respaldado
por um "Assim diz o Senhor".
“Rogo aos meus irmãos designados para educar, que mudem sua maneira de agir. *É um engano de vossa parte o ligar vossos interesses com qualquer partido político, dar o vosso voto com eles ou por eles.* Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores, de colaboradores de Deus em qualquer sentido, não têm batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania se acha nos Céus.” Ellen G. White, Obreiros Evangélicos pg. 393.
ResponderExcluirque tanta heresia
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